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WWW.AUTORESESPIRITASCLASSICOS.COM Gabriel Delanne A Reencarnação ![]() Índice CAP. I - Revista histórica sobre a teoria das vidas sucessivas. Antigüidade da crença nas vidas sucessivas. - A índia. - A Pérsia. - O Egito. - A Grécia. - A Judéia. - A Escola Neoplatônica de Alexandria. - Os romanos. - Os druidas. - A Idade Média. - Nos tempos modernos: Pensadores e filósofos que admitiram essa doutrina. - Um inquérito sobre o assunto pelo Dr. Calderone. CAP. II - As bases científicas da reencarnação. - As propriedades do perispírito. O Espiritismo demonstra cientificamente a existência da alma e do perispírito. - Este é inseparável do princípio pensante. - Demonstração desta grande verdade pelo estudo das manifestações da alma durante a vida e depois da morte. - O perispírito é a idéia diretriz pela qual é construído o corpo humano. - Ele entretém e repara o organismo. - Ele não pode ser um produto da matéria. - Ele leva consigo para o espaço essa faculdade organizadora que lhe seria inútil se não devesse voltar a Terra. - Onde pôde adquirir essas propriedades? - Na Terra, evidentemente. - É lógico admitir que ele passou pela escala animal. CAP. III - A alma animal. - Exposição da unidade das leis da vida em toda a escala orgânica. A hipótese da passagem da alma pela série animal é admitida por Allan Kardec. - As teorias da evolução. - Lamarck. - Darwin. - Quinton e de Vries. - Formação e desenvolvimento gradual do Espírito. - Passagem do princípio inteligente pela série animal. - Não há diferenças absolutas entre a alma animal e a nossa CAP. IV - A inteligência animal. Observações que parecem favoráveis à hipótese da evolução anímica. - Os cavalos d'Elberfeid. - O cão Rolf. - A cadela Lola. – Zou. CAP. V - As faculdades supranormais nos animais e seu princípio individual. Analogias existentes entre as faculdades animais e humanas. - A telepatia. - Casos auditivos coletivos que parecem demonstrar a existência de um fantasma animal. - Pressentimento de um cão. - Visão de uma forma invisível por um cão. - Fantasma de um cão visto por um gato. - Fantasmas percebidos coletivamente por humanos e animais. - Precedência da visão animal sobre a do homem. - Fantasma visível por duas pessoas e um cão. - Lugares assombrados por animais. - Cavalos que morrem de terror. - Estudo de fatos que provam a sobrevivência da alma animal. - O caso da Sra. d'Espérance. - Muitos exemplos de visões de animais defuntos. - O caso da Sra. Humphries. - O cão vidente. - O caso de Tweedale; o fantasma do cão é visível, em pleno dia, por muitas pessoas. - O caso citado por Dassier. - Fantasmas de animais nas sessões de materialização. - O Pitecantropo nas sessões com o médium Kluski. - Os Ncevi. – Resumo. CAP. VI - A memória integral. Ensaio de demonstração experimental das vidas sucessivas. - Algumas notas sobre a memória. - Condições de uma boa memória, segundo Ribot. - A intensidade e a duração. - A memória não reside no cérebro, está contida no perispírito. - Experiências de Desseoir e Dufay. - A Ecmenesia segundo Pitres. - Regressão da memória. - Associação dos estados fisiológicos e psicológicos; eles são inseparáveis. - História de Jeanne R... - Os exemplos citados por Pierre Janet. - História de Luís V. - Ligação indissolúvel dos estados físicos e mental. - A memória latente se revela por diferentes processos. - Despertar das recordações antigas durante a anestesia. - Visão por meio de bola de cristal. - Observação de Pierre Janet. - Criptomnésia CAP. VII - As experiências de renovações da memória. O perispírito é o conservador de todas as aquisições fisiológicas e intelectuais. - Depois da morte, o perispírito conserva as sensações terrestres. - O período de perturbações obnubila as faculdades intelectuais. - Como na Terra, também no espaço a memória é fragmentária nos seres pouco evolvidos. - Ela pode revelar-se, como aqui, pela ação magnética. - Ch Dr. Cailleu. - Estudos sobre as sessões em que se produzem pretendidas revelações sobre as vidas anteriores do paciente ou dos assistentes. - Dificuldades da experimentação magnética para obter a regressão da memória das vidas anteriores: 1° Simulação; 2° Personalidade fictícia; 3° Clarividência. - Os casos de Estevan Marata, Gastin, Corniller, Henri Sausse, Bouvier. - A reencarnação na Inglaterra. - As vidas sucessivas, do Sr. de Rochas. - Des Indes à la planète Mars, do Professor Flournoy. O caso da Princesa Simandini. - Despertar das lembranças durante o transe, ainda na Inglaterra. - O relatório do Príncipe Wittgenstein. - O despertar, num paciente, da memória de uma língua estranha, na Alemanha. - O caso do louco Suciac. - Resumo CAP. VIII - A hereditariedade e as crianças-prodígio. Alguns reparos sobre a hereditariedade. - A hereditariedade específica é certa. - A hereditariedade psicológica não existe. - As hipóteses dos sábios para explicar a hereditariedade. - Exemplos de sábios que saíram de famílias inteiramente ignorantes; reciprocamente, homens de gênio que têm filhos degenerados. - Diferentes categorias entre as crianças-prodígio. - Os músicos. - Os pintores. - Os sábios. - Os literatos. - Os poetas. - Os calculistas. CAP. IX - Estudos sobre as reminiscências. Reparos gerais sobre a interpretação dos fenômenos. - Dificuldades no perscrutar as verdadeiras causas de um fato. - Não se devem confundir as reminiscências com o já visto. - Exemplos de clarividência durante o sono. - Esta, quando se revela, no correr da existência, é um reminiscência de coisas percebidas durante a vida atual. - O caso Berthelay e da senhora inglesa. - Reminiscências que parecem provocadas pela visão de certos lugares. - As narrativas do Major Welesley, do Clergyman. - Curiosa coincidência. - Reminiscência ou clarividência da Sra. de Krappoff. - Recordações persistentes, durante a mocidade, de uma vida anterior CAP. X - As recordações de vidas anteriores. Reminiscência certa relativa ao século XVIII. - O despertar das lembranças da Sra. Katherine Rates. - O caso de Laura Raynaud CAP. XI - Outros fatos que implicam a lembrança de vidas anteriores. Grandes homens que se lembram de ter vivido anteriormente. - Juliano, o Apóstata. - Empédocles. - Lamartine. - Ponson du Terrail. - O padre Graty. - Méry. - Professor Damiani. - O caso de Nellie Foster. - Conhecimentos inatos de um país estrangeiro. - O caso de Rangoon de Maung Kan. - Casos extraídos do inquérito do Dr. Calderone, relativos a reencarnações na índia. - Inquérito confirmativo do Dr. Moutin. - O Professor Tumolo. - O caso Tucker. - Do Messager de Liège. - Blanche Courtain. - O caso de Havana. - Esplugas Cabrera. - Resumo CAP. XII - Os casos de reencarnação anunciados antecipadamente. Existem casos em que a reencarnação foi predita com bastante exatidão, para que se lhe pudesse verificar a realidade. - A clarividência do médium não basta para explicar essa premonição. - Exemplos de crianças que dizem à sua mãe que voltarão. - Um duplo anúncio de reencarnação. - Lembrança de uma canção aprendida na vida precedente. - Um caso quase pessoal. - Uma ata de Lyon, do grupo Nazaré. - O caso de Engel. - Os dois casos contados por Bouvier. - O de Reyles. - O caso Jaffeux. - História da menina Alexandrina, narrada pelo Dr. Samona CAP. XIII - Vista de conjunto dos argumentos que militam em favor da reencarnação. A alma é um ser transcendental. - O perispírito e suas propriedades. - Onde puderam ser adquiridas? Passando através da fieira animal. - Analogia entre o princípio intelectual dos animais e o do homem. - As provas que possuímos. - A reencarnação humana e a memória integral. – O esquecimento das existências não é sinônimo de aniquilamento da memória. - A hereditariedade e as crianças-prodigio. - As reminiscências e as verdadeiras lembranças das vidas anteriores. - Aviso de futuras reencarnações. - A palingenesia é uma lei universal CAP. XIV - Conclusão. A explicação lógica das desigualdades intelectuais e morais. - O esquecimento do passado. - O problema da existência do mal. - O progresso. - Conseqüências morais da Doutrina CAP. XV - BIBLIOGRAFIA INTRODUÇÃO A imortalidade - disse Pascal - importa-nos de tal forma, e tão profundamente nos toca, que é preciso ter perdido todo o senso, para ficar indiferente ao seu conhecimento. A necessidade de perscrutar nosso destino tem sido a preocupação de inumeráveis gerações, pois as grandes revoluções que transformaram as sociedades foram feitas por chefes religiosos. Entretanto, em nossos dias, reina a incerteza na maioria de nossos contemporâneos, a respeito de tão importante assunto, porque a Religião perdeu grande parte de sua autoridade moral e viu diminuir seu poder sugestivo. Com os filósofos espiritualistas, a alma, ávida de verdade, erra, atônita, nos obscuros dédalos de uma metafísica abstrata, muitas vezes contraditória, e por vezes incompreensível. O último século foi notável pelo extraordinário desenvolvimento das pesquisas psíquicas, em todos os ramos da Ciência. Os novos conhecimentos que adquirimos revolucionaram nossas condições de existência e melhoraram nossa vida material, em proporções que pareceriam inverossímeis a nossos antepassados. Entretanto, pôde-se acusar a Ciência de ter iludido todas as nossas esperanças, porque, se ela triunfa no domínio da matéria, fica voluntariamente estranha ao que mais nos importa saber, isto é, se temos, uma alma imortal, e, na afirmativa, o em que se tornará ela depois da morte, e, com mais forte razão, se existe antes do nascimento. Mas se a Ciência foi incapaz de edificar, tornou-se poderoso instrumento de destruição. Os descobrimentos da Astronomia, da Geologia e da Antropologia levantaram o véu de nossas origens, e, à luz dessas grandiosas revelações naturais, as ficções religiosas sobre a origem da Terra e a do homem desvaneceram-se, como aconteceu às lendas, diante da História. Por outra parte, a crítica intensa dos exegetas tirou à Bíblia seu caráter de revelação divina, de sorte que muitos espíritos sinceros recusam submeter-se, agora, à sua autoridade. Essa ruína da fé resulta, também, do antagonismo que existe entre o ensino religioso e a Razão. As antigas concepções do Céu e do Inferno caducaram, porque não mais se compreende a eternidade do sofrimento como punição de uma existência, que, em relação à imensidade do tempo, é menos de um segundo, assim como não se concebe a felicidade ociosa e beata, cuja eterna monotonia seria um verdadeiro suplício. Para trazer novas luzes a assunto tão longamente controvertido, como o da existência da alma, é preciso abandonar, resolutamente, o terreno das estéreis discussões filosóficas, as quais, na maioria dos casos, chegam, apenas, a soluções contraditórias, e aportar ao assunto pela observação e pela experiência. A alma existe substancialmente; se ela, de fato, é diferente do corpo, deve ser possível encontrar-lhe, nas manifestações, provas de sua independência para com o organismo. Ora, essas provas existem e fácil é convencer-nos, estudando imparcialmente os fatos hoje classificados sob as denominações de clarividência, telepatia, premonição, exteriorização da sensibilidade ou da motricidade e desdobramento do ser humano. Durante muito tempo, a Ciência permaneceu céptica em face dos fenômenos em que não acreditava, e foram necessários os esforços perseverantes dos espiritistas, há mais de 70 anos, para orientar, em tão recentes vias, os pesquisadores independentes. Soou, enfim, a hora da justiça, desde que o Professor Charles Richet depôs na mesa dos trabalhos da Academia de Ciências, no mês de março de 1922, seu Tratado de Metapsíquica, que é um reconhecimento formal da indiscutível realidade dos fenômenos de que falamos acima. Se o célebre fisiologista se conserva, ainda, em oposição à teoria espírita dos fatos, é timidamente, apenas, que combate essa explicação.. Muitos sábios ilustres não tiveram tais escrúpulos, visto que Crookes, Alfred Russel, Wallace, Myers, Sir Oliver Lodge, Lombroso e vários outros, aceitam, plenamente, para explicar os mesmos fatos, a teoria espírita, que é a única que a eles se poderá adaptar. A Sociedade Inglesa de Pesquisas Psíquicas, composta de homens de ciência de primeira ordem e de psicólogos eminentes, tem feito, desde 1882, milhares de observações, tem instituído experiências irreprocháveis, e, graças à vulgarização dos processos hipnóticos, o público letrado começa a familiarizar-se com esses casos, que revelam, em nós, a presença da alma humana. Não basta, porém, estabelecer que o ser pensante é uma realidade; é necessário, também, provar que sua individualidade sobrevive à morte, e isto com o mesmo luxo de demonstrações positivas como as que tornam certa sua existência durante a vida. Os espiritistas responderam a essa expectativa, mostrando que as relações entre os vivos e os mortos se realizam sob formas muito variadas da escrita, da tiptologia, da vidência, da audição, etc. Eles empregam a fotografia, a balança, as impressões e as moldagens para estabelecer a objetividade dos fantasmas, que aparecem nas sessões de materialização, e a corporeidade temporária dessas aparições é irrecusável, desde que todos aqueles documentos subsistem depois que os fantasmas se desvanecem. As objeções de fraudes, alucinações e outras foram refutadas diante das reiteradas investigações empreendidas no mundo inteiro pelos sábios mais qualificados; e, em face da massa de provas acumuladas, pode-se, agora, afirmar que a materialidade dos fatos não é mais contestável. Sem dúvida, a luta contra os preconceitos ainda será longa, porque vemos unidos, em coligação,heteróclita, os padres e os materialistas, ambos igualmente ameaçados por esta ciência nova; é tão grande, porém, as forças demonstrativas do Espiritismo, que já conquistou ele milhões de aderentes, em todas as classes da sociedade, e viceja sobre as ruínas do passado. Não nos podendo estender em tão variadas demonstrações, reenviamos o leitor, desejoso de instruir-se, às obras já publicadas. Temos como irrecusável que a alma humana possui uma existência certa durante a vida, que sobrevive à desagregação do corpo, e que leva para o Além as faculdades e os poderes que possuía aqui. Impõe-se, agora, a questão de saber se ela existia antes do nascimento e quais as provas que é possível reunir para apoiar a teoria da preexistência. São elas de duas espécies: 1 - Argumentos filosóficos; 2 - Observações científicas Examinemos, rapidamente, estes dois aspectos da questão. A crença na pluralidade das existências foi admitida pelos espíritos mais eminentes da Antigüidade, sob formas, a princípio, um tanto obscuro, mas que, com o tempo, se precisaram de maneira compreensível. Tendo o Cristianismo repelido tal teoria, os homens de hoje se familiarizaram pouco com essa idéia eminentemente racional. Veremos que há argumentos irresistíveis em seu favor, se quisermos conciliar a desigualdade intelectuais e morais que existem entre os homens, com uma justiça imanente. Se admitirmos que a alma do homem não vem a Terra pela primeira vez, que sua aparição não é súbita, seremos levados a supor, remontando até à origem da Humanidade, que ela passou, anteriormente, pelo reino animal, que o percorreu todo, desde a origem da vida no Globo. Veremos que os descobrimentos da Ciência esteiam fortemente essa opinião, porque é possível verificar, pela filiação dos seres vivos, uma correlação progressivamente crescente entre os organismos materiais e as formas cada vez mais desenvolvidas das faculdades psíquicas. E nesse momento que fazemos intervir as experiências do Espiritismo, buscando dar a essa teoria filosófica uma base experimental, ou seja, procurando fazê-la entrar na Ciência. |